"O filme traz reflexões sobre as diferenças de realidade, não apenas entre a escola pública e privada, mas também entre os contextos sociais e até mesmo as localizações geográficas neste nosso país continental. Nota-se a pressão sofrida pelo professor, tanto pelo sistema educacional, como pela demanda dos alunos, permeado ainda pelas dificuldades materiais e de formação. Em todos os casos, mesmo que de forma distorcida, é perceptível o papel do professor como ponto de apoio, como referência. Os valores éticos e familiares também se apresentam e interferem na relação professor X aluno e, consequentemente, ensino X aprendizagem. As questões educacionais do nosso país não são questões meramente escolares, ou que possam ser resolvidas com capacitação profissional ou melhores salários. O problema é maior! É social! A escola é o mundo! Se ele está violento, a violência estará na escola. Se não há ética e valores, faltará ética e valores na escola. O reflexo dos problemas sociais e familiares aparecem na escola na forma dos mais diferentes comportamentos, desempenhos ou sintomas.
O papel do professor é associar a formação acadêmica à prática. É conhecer o meio que envolve o aluno e a escola. É desenvolver seu trabalho dentro do possível e da realidade (e muitos conseguem operar milagres!!!!) É conhecer o desenvolvimento humano e as demandas de cada fase. É encantar e se encantar! Educar para fazer a diferença, para subir um degrau de cada vez. Talvez seja meio poético e até um pouco "patético", mas ter consciência de que de alguma forma deixa marcas na vida de um aluno, que "afeta" (com afeto) um ser em formação, esse é o papel do professor."